A Casa Do Tempo Perdido
Bati no portão do tempo perdido, ninguém atendeu.
Bati segunda vez e mais outra e mais outra.
Resposta nenhuma.
A casa do tempo perdido está coberta de hera
pela metade; as outras metades são cinzas.
Casa onde não mora ninguém, e eu batendo e chamando pela dor de chamar e não ser escutado.
Simplesmente bater. O eco devolve minha
ânsia de entreabrir esses paços gelados.
A noite e o dia se confundem no esperar, no bater e bater.
O tempo perdido certamente não existe.
É o casarão vazio e condenado.
Autor: Carlos Drummond de Andrade
Adorei a Tela Casa de Areia.
ResponderExcluirO Texto do Drummond então... demais!!!
Que maravilha estamos nós recebendo de você, querida FADA.
PARABÉNS pelo BLOG !!!
Ele é PURA CULTURA !!!
Felicidades e muito SUCESSO !!!
Beijinho
Arlete